Winih é o pássaro mítico do povo Paiter Surui, que atrai crianças pequenas, com panquecas de milho. Com sua flauta mágica, ele encanta a meninada e as leva para o céu. “Winih canta muito, como os espíritos do céu, gosta dos meninos” (Mindlin, Vozes: 61). Os pais tentam segurar as crianças, mas não conseguem porque Winih sai voando, girando, subindo para o céu. A cantiga de Winih é assim:
Sugerimos cantar e tocar a Cantiga de Winih , depois de realizar um trabalho de escuta, como o que indicamos na proposta A flauta mágica de Winih.
Cantar várias vezes a música de Winih até que os alunos saibam a melodia, fluentemente.
Caso seu grupo for habituado a cantar em mais de uma voz, seria interessante sobrepor as vozes em quartas e quintas criando uma nova textura e maior intensidade. Para se ter uma ideia dessa sobreposição, você pode ouvir com seu grupo a gravação da música Tupari pelo grupo Mawaca, na qual a cantiga de Winih é citada.
Você pode propor que os alunos criem um texto a partir dessa história de Winih, para intercalá-lo com o canto, além de alguns efeitos sonoros.
Essa música pode ser tocada em vários instrumentos, como flautas, xilofones, e outros instrumentos melódicos. Como a melodia é formada apenas por duas notas pode ser bem interessante de realizá-la mesmo com alunos que estão iniciando no instrumento.
Uma possibilidade, também, é pesquisar, dentre os instrumentos disponíveis, efeitos sonoros para acompanhar a melodia de Winih, imaginando, por exemplo, como seria o som do vôo do pássaro mágico e o clima de suspense criado no momento em que ele leva as crianças embora, além da variedade de sons da paisagem sonora que a história está imersa.
Foto: Eduardo Pimenta
Crianças Paiter Surui
Saiba mais
Os Paiter-Suruí vivem em Rondônia, na terra indígena Sete de Setembro e se dividem em 27 aldeias. O primeiro contato com os não indígenas, foi feito pelo sertanista Francisco Meireles, em 1969. Eles são conhecidos como um povo cantor que também gosta muito de contar histórias.Mais informações sobre os Paiter Suruí encontram-se no livro Cantos da Floresta e no site do ISA