Po Hamék é uma brincadeira cantada do povo Krenak, que nos foi ensinada pelo líder indígena Ailton Krenak. Após ouvir esta canção e brincar com ela, como propusemos em Po Hamék – Bate palma, bate pé, sugerimos algumas possibilidades de criação a partir dessa cantiga, que possui uma melodia de fácil assimilação.
Inventando outras palavras para a canção
Como é uma canção de saudação, para receber os convidados, você pode sugerir que as crianças cantem a melodia Krenak usando outras palavras que lembrem o gesto, ou palavras que se pareçam com o som original da canção Krenak, ou ainda frases, em português, que tenham o mesmo sentido de saudação.
Uma dinâmica possível é dividir a turma em pequenos grupos e propor que cada grupo invente uma letra para a canção. Depois, compartilhar com todos. Sempre é muito interessante observar os diferentes resultados para a mesma proposta.
Para ilustrar, apresentamos duas sugestões: uma lembrando o movimento das palmas e pés e, a outra, fazendo menção ao significado do canto de saudação.
Acordo todo dia /Acordo todo dia/Bateopé-Bateopé/
Bateamão-Bateamão/ Bateamão, bateopé, bateopé, bateamão!
Eu ando todo dia / Eu ando todo dia/ vou pra ai/ te saudar/
vem pra cá, me abraçar !
Inventando novos ritmos com os pés e as palmas
A percussão corporal de palmas e pés pode inspirá-los a se lançar à invenção. Nossa sugestão é que você proponha aos alunos a criação de novos ritmos e sequências rítmicas, a partir do motivo rítmico:
grí erehé-grí erehé/ po hamék-po hamék
(grierré-griererré/ pauamé-pauamé)
Você pode explorar mais timbres da percussão corporal, como bater no peito, estalar com os dedos, bater nas pernas etc.
Uma dinâmica pode ser a roda de improviso. O refrão será o motivo rítmico dos pés e palmas da canção Po Hamék e o improviso será o solo de cada participante, que terá que usar da criatividade e inventar novos ritmos com outros timbres corporais. Gravar, ouvir e refazer várias vezes, buscando o aprimoramento, sempre, é muito válido.
Lembrando outras brincadeiras com palmas e pés
Que tal puxar pela memória outras brincadeiras tradicionais brasileiras ou mesmo da cultura popular que usam palmas e pés com a mesma rítmica ou rítmicas diferentes. Você pode fazer uma pequena apresentação para outras salas. Algumas sugestões: Caranguejo não é peixe, A carrocinha pegou três cachorros, Indo eu, Ua tatá, Yapo, etc.
Foto: José Caldas
Jovens Krenak
Saiba mais
O povo Krenak se autodenominam de Borum, que significa “gente”, termo que designa, também, a língua que eles falam. Vivem em Minas Gerais, Mato Grosso e São Paulo. Mais sobre o povo Krenak no livro Cantos da Floresta e no site do ISA.