A música Kicrok Tondon Nukuin é uma chamada feita no terreiro de festas realizadas durante o ritual Taru Andék, que invoca os espíritos maret – protetores espirituais dos Krenak. Essa música é tocada pelas flautas kicrok, feitas de bambu.
Ouvindo Kicrok com o corpo
Na música Kicrok Tondon Nukuim é possível perceber, de forma bastante evidente, dois tipos de sopros que soam em alturas bem contrastantes, isto é, ouvimos os sopros graves e os agudos tocando simultaneamente o mesmo ritmo. A kicrok aguda toca uma melodia descendente cheia de ornamentos e a grave marca o ritmo apenas com uma nota.
Nossa sugestão é que você proponha aos seus alunos essa percepção com o corpo.
- Após um aquecimento corporal de sua preferência, que tal pedir que os alunos se movimentem livremente pelo espaço ouvindo essa música
- Após essa movimentação livre, conduzir a próxima etapa com alguns comandos, como por exemplo:
- movimentar-se prestando atenção somente nos sons graves;
- movimentar-se prestando atenção apenas nos sons agudos;
- criar gestos que desenhem o movimento dos ornamentos das flautas agudas;
- andar seguindo o ritmo do sopro grave.
- Dividir a turma em dois grupos: um se movimentará concentrando-se nos sopros graves e o outro, nos agudos. Combine com as crianças movimentos diferentes para cada grupo, por exemplo: graves, andam para trás e agudos para frente ou graves andam no plano baixo e agudos no plano alto. Combine com eles um sinal sonoro para a troca dos papéis, isto é, quem se movimentava com a atenção para os sopros graves, passa a se concentrar nos agudos e vice-versa.
O motivo rítmico dos sopros Krenak
- Ouvir a música com seus alunos e chamar a atenção para motivo rítmico que se mantém por toda a música.
- Perceba que esse ritmo base é o mesmo da canção Po Hamék, no entanto com diversos ornamentos. Este motivo base é bastante simples e uma ótima oportunidade para você introduzir um trabalho de registro (notação musical).
- Peça para seus alunos ouvirem e baterem palmas no ritmo da melodia no ritmo base, sem ornamentos. Depois, sugerir que imaginem um lápis na mão e, no ar, “marquem” este ritmo.
- A próxima etapa é que cada um marque no papel o mesmo ritmo-base, criando sua própria forma de anotar. Compare as diferentes notações, destacando as semelhanças e diferenças, apontando os dois sons curtos e um mais comprido
